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| Foto tirada em 21/11/2016 |
Lua Santos: 22 de novembro de 2016 01:27
Olha, eu nem sei expressar o que estou sentindo, o garoto do
texto se chama Lucas, desde que ele me aceitou, estamos conversando direto,
sério, até por áudio.
Ontem decidimos sair, logo depois que eu fui entregar
currículo no centro e ele surfar, porque sim, além de tudo ele surfa e sim isso
parece um romance fictício e o mais louco é que não, não é ficção.
Ontem, deveríamos sair antes das 18h, porque eu tinha que
buscar meu último salário do petshop e ele ir ao aniversário do pai de uma
amiga dele, mas para início de conversa, ele chegou cinco e quarenta no local
marcado.
Como já previsto que estaria nervosa, coloquei um elástico
no dedo, aprendi isso em alguma série, quando ficar nervosa
é só puxar, vai por mim, isso alivia muito.
Ele estava de camiseta azul e estava atravessando a rua em
minha direção e começamos a conversar enquanto caminhávamos em direção à praia,
falamos sobre um monte de coisas aleatórias, até decidirmos
sentarmos em um banco no calçadão.
À nossa esquerda tinha um quiosque e à direita começava a
querer se pôr o sol, o mar estava em um tom azul indescritível e que de alguma
forma se encaixava com o céu rosa e alaranjado que se formava, era tudo muito
perfeito, à nossa frente a areia formava uma curta lombada com areias puxadas
pelos ventos e começamos a falar sobre tudo isso e como isso parecia querer
dizer de alguma forma que era para estarmos ali, juntos.
O clima parecia sempre perfeito e aparentava ser a hora
exata de ter a conversa mais sincera possível, contei a ele algo que eu havia
sentido, falei sobre como queria algo com ele e descobri que ele estudara comigo
no curso a alguns anos, loucura? Loucura foi mostrar uma imagem minha da época
e descobrir que ele só não se lembrou de mim, como também fora apaixonado no
mesmo período, até que eu saí do curso e ele começou um namoro que por acaso
não durou.
Papo vai, papo vem e ele me conta que antes de esbarrar
comigo no teatro, ele estava começando a gostar de uma garota (essa eu não irei
citar o nome) e que agora está confuso, porque assim como eu, ele sente que a
gente tem tudo para dar certo e que alguma coisa nos conecta, isso me deixou um
pouco bolada, mas continuei a conversa, porque algo me dizia que este pôr do sol, era o perfeito cenário, para o nosso momento
e então olhei nos seus olhos...esses olhos.
Os olhos dele são os mais lindos que já vi, cor de mel, um
pouco puxado e seus cílios são bem curvados, eu nunca nem olhei nos olhos de
ninguém e não consegui evitar os dele, ele olhou para minha boca, falou do meu
sorriso, disse que sou a garota mais incrível que já conheceu e de alguma forma
estávamos mais perto um do outro, ele respirou fundo, eu respirei fundo e...
- Desculpa, eu sei que quer me beijar e eu quero muito te
beijar, mas hoje você vai chegar em casa e decidir se sou eu ou ela, porque não
é justo comigo se você me beijar e me deixar cheia de expectativas e acabar
escolhendo ela e nem justo com ela ter criado expectativas e você acabar me
beijando.
- Garota, você é incrível e como sempre você está
completamente certa!
Eu sei, eu mosquei, deveria ter o beijado, era o dia
perfeito e agora eu nem sei quando vamos nos ver e se vamos, mas eu não iria
arriscar me machucar de novo com as expectativas.
O caso é que de alguma forma estranha, isso não cortou o
clima, na verdade, tudo vira piada com a gente e comecei a falar sempre para
ele que não iria me beijar e ele fingia ficar chateado, até
fingindo estar triste, ele me fazia rir, é possível?
Desde quando começamos a conversar, a gente
dizia que iria casar e por algum motivo estranho cujo qual uma
pessoa normal não faria, fizemos uma promessa de que se um dia a gente casar,
inclusive no meio da conversa planejamos como vai ser o casamento e até nome
dos nossos filhos, no mesmo leríamos cartas que contassem sobre ontem, porque esse
dia jamais poderá ser esquecido e essa história será contada para todos que
estiverem lá, caso contrário a gente finge que esse primeiro encontro jamais
aconteceu, porque é constrangedor planejar casamentos e filhos com alguém e nem
ficarem juntos né ?
Quando menos esperamos já era meia-noite e decidimos comer
algo, uma pessoa normal chamaria o cara para comer algo romântico, mas quando
ele me chamou para comer algo, sugeri coxinha.
Essa noite foi encerrada com a gente rindo na frente de
casa, comendo coxinha e tomando coca-cola, porque se não fosse imprevisível não
seria eu, eu estou esperando ele avisar que chegou em casa, pois pegou um Uber
e sim, são uma e meia da manhã e não, eu não deixei ele me beijar.
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