O que aprendi com esses nove meses. - Desabafa Lua

terça-feira, 10 de abril de 2018

O que aprendi com esses nove meses.



Quando engravidei, não tinha a menor perspectiva do que aconteceria dali em diante, mas com a entrada dos nove meses de gestação, percebi que nada que acontece na nossa vida pode explicar mais o amor do que isso tudo que vivi.
Passei e estou a passar por muitos medos e inseguranças, por crises de choro e crises de risos.
Tem dias que quero chorar sem motivos e tem dias que caio na gargalhada só de brincar de me esconder e assustar o Lucas.
Não sou o tipo de mãe que conversa com a barriga, porque sinto que ele me entende só de sentir.
Às vezes, só de colocar a mão na barriga e ele mexer, sei que ele me diz “eu te amo”.
Me aproximei bem mais da minha mãe recentemente, entendo muito mais tudo que passei com ela e a admiro muito por cada passo que ela deu por mim, porque sim, nossos pais caminham por nós por muito tempo.
Aprendi que amar é uma palavra muito forte e que devemos dizer sempre, quase nunca com palavras, mas por gestos.
Tudo que faço, cada pedacinho de doce, cada suspiro leve, cada dormir e acordar cedo (ou ao menos tentar) tem sido por esse neném, pela nossa família que vem por aí, nada e ninguém poderia ter me feito entender melhor isso senão vivendo.
Esses nove meses foi muito ruim, azia, vômitos, dores, desespero, estresse, choros, gritos, pés inchados, andar que nem um pato, mas também de coisas que jamais irei me esquecer, como quando ele meche bastante e eu o sinto, ultrassons que me deram as chances de ver um pouquinho mais dele, um amor e um zelo inexplicável que ele e o Lucas tiveram por mim, dons de mães que herdei, como saber onde estão as coisas, aprender a lavar as roupas sem manchar ou deixar com cheiro de roupa limpa, comer muita coisa gostosa que se tornam mais gostosas quando desejadas, conhecer pessoas que me compreendem e ser amada por inteiro.
A partir de hoje, só posso mesmo é agradecer a Deus por nunca desistir de mim durante esse tempo, mesmo quando eu mesma já havia desistido.
Pedir a nossa senhora que me ajude a tirar essa ansiedade toda de mim e me de forças para o parto, já que esta parte é a que mais me assusta.
O que muita gente não sabe e eu também não sabia, é que ficar grávida não é um erro e muito menos uma vergonha, mesmo quando ainda não era o esperado.
Ficar grávida foi a melhor coisa que podia ter me acontecido, primeiro porque de alguma forma Deus sabia que estava no momento certo, mas também porque me fez crescer como mulher, me fez amadurecer como ser humano, me fez enfrentar a pessoa mais difícil que se tem para isso, eu mesma.
Cresceu minha barriga sim, mas o que mais cresceu foi o meu interior, meu ser e minha forma de compreender as coisas.



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