Livros: (Resenha) Passarinha - Kathryn Erskine - Desabafa Lua

sábado, 25 de agosto de 2018

Livros: (Resenha) Passarinha - Kathryn Erskine


Passarinha é um daqueles livros em que você sente empatia pelo personagem e o mais incrível é que é diferente, a personagem sofre de Síndrome de Asperger, uma doença pouco conhecida e muitas vezes confundida com o autismo, mas ambas sofrem de algo em comum: O preconceito.
A personagem Claitlin, acaba de perder o irmão em um massacre, este é Davon, que sempre a ajudava com suas crises e em situações difíceis, como entender as pessoas e como se comunicar com elas sem magoá-las.
Seu pai anda muito triste devido ao que aconteceu, até que ensinam a ela algumas palavras que a faz conhecer outra bem importante: Desfecho.
Desde então ela procura de todas as formas entender a palavra além do significado e ajudar o pai e a todos a encontrarem um desfecho a este drama todo.
Tudo no livro tem um motivo e ao passar dos capítulos nos envolvemos mais e mais com toda a história.
Porque ler este livro? Este livro nos traz conhecimentos pessoais, psicológicos e gramaticais, transforma nossos dias e nos torna pessoas melhores, fazendo-nos olhar tudo de forma diferente e nos dando a sensação de recreio no estômago.
Abaixo deixarei notas da escritora sobre o livro. (PS: É inspirado em um massacre real).
O massacre de trinta e três pessoas na Virgínia Tech University em Blacksburg, Virgínia, em 16 de abril de 2007, f oi um evento tenebroso e devastador. Embora eu não conhecesse diretamente os envolvidos, aconteceu muito perto de mim. Foi o ataque com o maior número de mortos por um atirador solitário na história dos Estados Unidos. E a despeito de quando ou onde ocorra uma tragédia desse tipo, todos somos afetados. Como pôde algo assim acontecer? E porquê? O que poderíamos ter feito — se é que alguma coisa — para evitá-lo? Quem pode saber. Mas de uma coisa estou certa. Se todos compreendêssemos melhor uns aos outros, poderíamos fazer um grande avanço para deter a escalada da violência. Todos desejamos ser ouvidos e compreendidos. Alguns de nós se expressam melhor do que outros. Alguns de nós têm problemas sérios e que precisam ser abordados, não ignorados, custe o que custar.
Economizar o dinheiro da sociedade é uma farsa se o preço dessa economia é em vidas humanas. As palavras ignorar e ignorância têm a mesma raiz.
Este livro foi inspirado na tragédia da Virginia Tech e também na minha necessidade de explicar como é, para uma criança, ser portadora da Síndrome de Asperger. Os dois temas estão relacionados em meu modo de ver, porque creio firmemente na intervenção precoce, qualquer que seja a deficiência. Compreender as dificuldades das pessoas e — igualmente crucial — ajudá-las a compreender suas próprias dificuldades e ensinar-lhes maneiras concretas de ajudar a si mesmas irá, por sua vez, ajudá-las a lidar melhor com suas próprias vidas e, por extensão, com as nossas. Neste romance, a personagem principal tem Síndrome de Asperger mas está recebendo orientação precoce por meio do sistema de ensino público.  Ela só conta com o pai e ele está longe de ser perfeito. O irmão era o membro da família que realmente a ouvia, tentava compreendê-la e lhe ensinava habilidades comportamentais úteis.
Infelizmente, ele é assassinado na escola, e agora, a não ser pela orientadora, ela está por conta própria. Espero que, vendo o mundo pelos seus olhos, os leitores possam compreender comportamentos aparentemente bizarros. E espero que os leitores sintam que, vendo o mundo pelos olhos de alguém, e realmente compreendendo aquela pessoa, muitos mal-entendidos e problemas podem ser evitados — mal-entendidos e problemas estes que também podem levar a uma frustração crescente e, às vezes, até à violência.

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