A culpa não é sua ! - Desabafa Lua

terça-feira, 5 de setembro de 2017

A culpa não é sua !


Sempre fui destemida, no máximo quando ficava com a auto estima menor, eu pintaria ou cortaria os cabelos, é que eu gosto de mudar o cabelo para me sentir confiante.
Então conheci um cara, foi quando tudo começou.
Ele aparentemente era o cara perfeito, ele era divertido, tinha amigos legais, pensava no futuro dele e etc...
De repente, ele virou outra pessoa, ficou ignorante como nunca tinha visto ninguém, me tratou mal e decidiu que não queria mais nem falar comigo, tudo isso porque comentei sobre a gente com uma amiga.
Quer uma dica: Se o cara não te assumi e nem te deixa assumir ele, corra, ninguém se esconde sem um motivo.
Mas o relacionamento não vira abusivo com o tempo, ou vira? Pelo menos para mim já era tarde demais, fiz o que uma pessoa sã jamais faria, fui até ele pessoalmente e implorei que me perdoasse, porque sim, eu me culpei por isso, eu me culpei por ele ser um completo idiota, e vai por mim, eu não notava o quanto isso era doentio. Ele me perdoou e me disse que nunca confiaria em mim de novo.
Antes de sair de perto dele, duas amigas dele zombaram de mim.
Fui para casa, chorei e fiquei em casa, por cerca de três meses.
Um tempo depois, um amigo de infância me tirou de casa e já estava conseguindo fazer algumas amizades, o problema é que ele era um amigo em comum dessas pessoas, mas tudo bem, a gente finge que nada aconteceu né, embora aquela culpa me corroesse sempre que olhava para ele.
E ele voltou a ser legal comigo, e a gente voltou a conversar, e papo vai e papo vem, antes que eu notasse, já estávamos juntos de novo, porém ninguém sabia e nem poderia saber, era o que ele me pedia sempre e eu achando que era só uma questão de medo que ele tinha, algum trauma sei lá.
Como pode adivinhar, começou a surtar novamente, por qualquer coisa, ele não me deixava sair se não fosse com ele, não podia usar shorts ou saias, e muito menos vestidos e cropped, nem se fosse com meus pais.
Quando saia com meus pais e meu celular descarregava eram motivos para surtar comigo, me fazia me sentir culpada, duvidava de mim, não confiava em mim para nada, sempre que estava comigo usava meu celular para saber com quem eu falava, achava que eu apagava as conversas sempre e o pior de tudo, nunca me deixou usar o telefone dele.
Somente ele podia ter ciúmes, somente ele podia me tratar como namorada, somente ele podia se vestir como queria, somente ele podia decidir quando nos veríamos, somente ele podia decidir quando e onde postar fotos juntos.
Eu não podia cortar o cabelo, nem pintar o cabelo, para ele eu ter um blog era besteira, sonhar em ser escritora era ridículo, era chamada de preguiçosa por não ter um emprego "decente" ou não cursar uma faculdade e se um dia eu criasse um blog ele terminaria comigo, juro, eu escrevia meus textos no facebook e ainda assim ele me fazia deletar depois pelo simples fato de achar que eu queria apenas me expor.
Então começaram a vir as brigas, mais do que já tinha, porque comecei a contrariar ele, fiz tudo que tinha vontade, fui a bienal do livro, passei onze horas na bienal e não mandei um oi para ele, me senti livre aquele dia e vou te contar um segredo, foi então que me dei conta que era mais feliz longe dele, esse dia foi o melhor dia de todo aquele ano, e quando cheguei, liguei para contar como estava feliz e ele me tratou mal, disse que eu só gostava de me aparecer porque passei o dia inteiro postando fotos no facebook e instagram, falou tanta coisa que comecei a chorar.
Como estava na minha prima, ela conversou comigo, falou que ele era um idiota, me lembrou o dia incrível que eu tive e sabe o que eu fiz? Voltei na bienal no dia seguinte. (Valeu Erika, te devo essa).
Voltei porque não era obrigada a fazer nada que um cara me obrigava, a me trancar na casa da minha prima de calça e blusa de frio, pelo contrário, coloquei uma regata e um short jeans e fui, confesso que ligava para ele e mandava mensagens me desculpando as vezes, mas confesso também que era só para ele não ficar bravo.
Quando voltei ele mudou comigo, sofri muito e eu me sentia muito só, porque com tudo isso perdi muita amizade, porque ele não queria que eu saísse sem ele ou porque tentavam me alertar e eu achava que ninguém me entendia, que a culpa era minha e não dele.
Fora as pessoas que falavam que eu mentia, porque ele não era assim na frente das pessoas.
E então, certo dia a gente brigou de novo, ele me tratou mal, falou coisas que me machucaram e do nada ele me abraçou, pediu desculpas, disse que me perdoava, e quando cheguei em casa, advinha, ele terminou.
Demorou um tempo para eu entender o que estava acontecendo, mas como estava triste, comecei a ver uma serie chamada “How i met your mother” e ela me fazia sorrir e perceber que aquilo não era amor, amor de verdade era como o da Lilly e o Mashal.
Conheci uma página chamada “Amor Acobreado” no facebook, me inspirei em várias meninas, fiquei ruiva, criei meu blog, depositei todo dinheiro do meu trabalho nele, pedi ajuda do meu pai para isso, comecei a sair, comprei vários croppeds e usei meus vestidos, comprei maquiagem, pintei meu quarto de outra cor, criei novas decorações no meu quarto, comecei a escrever meu livro e....
Quando eu nem procurava mais, encontrei o meu Mashal, chamado Lucas, ele estava em cima do palco no teatro se apresentando e eu fui para ver a peça e lá na plateia eu disse “Eu vou me casar com esse cara” e aí começou uma história maravilhosa para outro texto.
Mas deixo um spoiler bonitinho,um dia a gente ainda vai subir naquele palco de novo, juntos.
O Lucas me trata como deveria ser tratada, com dignidade, com carinho, com amor, a gente briga? Briga sim, mas no final da noite a gente se agarra e dorme quentinho um com o outro, isso sim é amor, isso sim é um relacionamento.
Por isso se você passa por isso, ou conhece alguém que passa, tome coragem ou dê coragem a essa pessoa, relacionamento não é cativeiro, relacionamento não é unilateral e você com certeza não é o espelho de ninguém para ficar aumentando o ego dele até que ele te quebre e troque de espelho, ame-se.

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